Bastaram poucos minutos do capítulo de estreia de “Amor à vida” para a novela das 21h de Walcyr Carrasco se espalhar pela lista mundial dos assuntos mais falados no Twitter. E só deu Félix, personagem de Mateus Solano, apontado como “a nova Carminha”, numa referência à vilã de Adriana Esteves em “Avenida Brasil”. Manipulador, ele roubou a filha recém-nascida da irmã, Paloma (Paolla Oliveira), a abandonou no lixo e chamou de “ratinha”. Frasista afiado, tem incendiado ainda mais o falatório virtual com os trejeitos contidos de sua bissexualidade.
— Soube que estão brincando muito com as ‘pintas’ que Félix dá. Não concordo com nenhum paralelo com a Carminha. Não existe ‘novo alguma coisa’. Então, Carminha era a nova Nazaré Tedesco, que por sua vez era a nova Odete Roitman? É bobagem — diz o ator, que recebeu uma mensagem de Adriana parabenizando-o pelo personagem.
Para o mergulho nas sombras do vilão, o primeiro da carreira que estourou com o Ronaldo Bôscoli da minissérie “Maysa — quando fala o coração” (2009), Mateus leu o calhamaço “O efeito Lucifer”, de Philip Zimbardo, e estudou sobre o nazismo.
— Busquei coisas que justificam como o ser humano pode ser mau dependendo das circunstâncias e da educação. Félix se ressente da falta de carinho do pai e isso motiva sua ganância. É essencialmente mau. É também muito divertido, um parque de diversões para o ator. É excêntrico, egocêntrico, ama o poder. Causa estranheza e medo.
Félix, diz ele, será uma das ferramentas para o autor mostrar que homossexualidade não é escolha, mas condição.
— Beijo gay não é a questão. Se tiver, será tratado com naturalidade. Só valeria se fosse assim, sem ser sublinhado, como é na vida. Ou vira preconceito pelo outro lado.
Será a primeira vez que Mateus e a mulher, Paula Braun, com quem tem Flora, de 2 anos, estarão na mesma novela. Ela será uma enfermeira judia ortodoxa que se envolve com um pediatra muçulmano interpretado por Mouhamed Harfouch.
— Pensei: ‘puxa, já acordamos e dormimos juntos e ainda vamos trabalhar’. Mas temos crescido profissionalmente e como casal. Em algum momento levaremos Flora ao Projac.
fonte : oglobo