quarta-feira, outubro 07, 2009




Depois de brilhar como Ronaldo Bôscoli na minissérie "Maysa", o ator Mateus Solano anda arrancando mais do que suspiros da mulherada. Aos 28 anos, ele arrasa com papel duplo na pele dos gêmeos Jorge e Miguel em "Viver a Vida". No pouco tempo que sobra, aproveita para ficar ao lado de sua amada, Paula Braun, com quem namora há um ano e meio.

Em entrevista ao Abril.com, Solano revela que já chegou a trocar de personagem oito vezes durante apenas um dia de gravação e conta detalhes de como foram filmadas as cenas da briga entre os irmãos.

Abril.com - Segunda vez na TV e você já está fazendo gêmeos. Quais são as principais dificuldades de interpretar um papel duplo em plena novela das oito?
Mateus Solano - Em primeiro lugar, a responsabilidade e a confiança que depositaram em mim é enorme. Portanto, no início fiquei bem nervoso com o trabalho. Mas era muito mais a expectativa do que qualquer outra coisa. Quando comecei a trabalhar fui ficando bem mais tranqüilo e confiante. No início, a diferença entre os gêmeos tem que ser bem definida, mas sem cair em clichês ou exageros (nem para o lado de um, nem para o lado de outro) e isso sem dúvida é difícil, tenho que me policiar o tempo todo. Mas, a cada dia de trabalho, aprendo mais sobre eles. A equipe é incrível, todos têm me ajudado, cada um de sua área.

Você grava mais tempo que os outros atores. E o salário, vem em dobro?
Eu gravo mais porque faço dois personagens na novela. Pode-se dizer que gravo em dobro, afinal cada um dos gêmeos tem sua própria história, seu caminho independente do outro. E o salário vem como o de qualquer outro funcionário contratado pela emissora.

A cena da briga que foi ao ar no sábado (19) foi muito bem feita. Você pode contar alguns segredinhos daquele take? Quanto tempo demorou para fazer e como foi filmado?
Aquela pequena cena demorou um dia inteiro para ser filmada, desde a discussão deles na sala de jantar até a pancadaria nas salas de estar. A Globo é fera em fazer gêmeos (não sou o primeiro, nem serei o último) e as câmeras utilizadas são sempre de ponta. A grande novidade (para quem entende de cinema) é quando a câmera está em movimento filmando os dois ao mesmo tempo, um socando o outro. Preciso ter uma noção muito grande de espaço e de tempo para sincronizar meus movimentos com os que eu mesmo fiz anteriormente, para que tudo pareça verdadeiro. Caso contrário eu passaria por dentro de mim mesmo, erraria a distância de um soco ou o tempo de reação para o mesmo. É muito complicado, mas, como você mesma disse, o resultado fica muito bem feito. Quando os dois rolam no chão, estou contracenando com meu dublê, o ator Gabriel Delfino, uma peça fundamental sempre que os dois estão juntos na mesma cena.

Você se identifica mais com o Jorge ou com o Miguel? Por que?
Não me identifico especificamente com nenhum deles. Os personagens são possibilidades de um ator, mas não têm a ver com sua personalidade como pessoa fora do trabalho. É claro que, quando estou mais centrado, posso parecer mais Jorge ou menos Miguel, mas não quer dizer que eu me identifique com eles. E é claro que tem um pouco de Mateus Solano em cada um deles.

Você geralmente grava as cenas do Miguel e Jorge no mesmo dia? Como faz para se desprender de um e de outro, já que a diferença entre os dois é mais sutil, nenhum é realmente um grande vilão ou grande herói.
Muitas vezes gravo os dois no mesmo dia. É mais comum do que gravar com um só. Já cheguei a trocar de um para o outro umas oito vezes num só dia. Mas esse, inclusive, é o grande barato desse meu trabalho! Fiz uma preparação antes de começar as gravações com Patrícia Carvalho para achar as duas "energias" e conseguir sair de uma e ir para outra com rapidez. Mas é claro que o cabelo e o figurino me ajudam muito quando me olho no espelho antes de entrar no estúdio. Um terno sempre me coloca em Jorge e aquele cabelo despenteado chama pelo Miguel. Manoel Carlos confiou no meu trabalho e me deu uma tarefa difícil, porque não estereotipou nenhum dos dois. Eles são muito humanos, possíveis. Não tem realmente herói ou vilão. Me dá muito prazer quando ouço alguém perguntar se são dois atores. Suspiro aliviado e penso: "estou fazendo bem meu trabalho".

Você acredita que Miguel realmente goste de Luciana ou ele gosta mesmo é de provocar o irmão?
Acho que o Miguel e a Luciana têm energias muito parecidas, por isso acabam se identificando, muitas vezes rindo juntos. Mas é claro que ele também gosta de provocar o irmão. Fico imaginando esses irmãos na infância... pobres Ingrid e Leandro!

E o que ele sente por Renata? É algo verdadeiro? Você acredita que ele ficará ao lado da namorada quando chegar a pior fase da menina?
Acho que a relação entre Miguel e Renata é muito bonita. Ela têm um problema e ele, como médico, se vê na obrigação de ajudá-la, misturando sua profissão com o carinho que sente por ela. Mas deve ser difícil ver a namorada virar paciente.

Junto com o sucesso na novela, você também está estreando no cinema como protagonista no filme "Vida de balconista". Como foi a experiência? Já tem novos projetos para a telona?
"Vida de Balconista" foi um projeto muito bacana, que começou com curtinhas de três minutos para o celular e culminou nesse longa. Fizemos o filme todo numa madrugada, só entre amigos, nos divertimos muito. Não tenho planos agora, tenho dois gêmeos em pé de guerra para cuidar até maio.

Para finalizar, como anda a sua rotina? Em meio à loucura do dia a dia, como você faz para cuidar da saúde? E a namorada? Consegue achar um tempinho para ela?
Minha rotina tem sido casa-Projac-casa todo santo dia. Domingo é da minha namorada. Ficamos mais em casa, porque ando bem cansado com a jornada dupla.

Fonte : Abril

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